A fala é de Tabata Tesser, integrante do grupo Católicas pelo Direito de Decidir e mestranda em Ciência da Religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Na Câmara dos Deputados,
o debate ainda é proposto principalmente por católicos, sobretudo na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e na Comissão de Seguridade Social e Família.
No entanto, articulações políticas com evangélicos fortaleceram a posição contrária ao aborto nos últimos anos.
A análise é da antropóloga Jacqueline Moraes Teixeira, doutora em antropologia social e pesquisadora do Núcleo de Marcadores Sociais da Diferença (Numas/USP).
entre os anos 1990 e a década de 2010.
As propostas com viés contrário ao aborto aumentaram de
Segundo a Pesquisa Nacional do Aborto, de 2016, uma em cada 5 mulheres aos 40 anos já fez ao menos um aborto na vida, sendo que 56% professam a religião católica e 25% são evangélicas.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), ajudou a promover a agenda conservadora com um projeto de lei com restrições de acesso ao aborto.
A proposta foi aprovada por uma das comissões da Casa, em 2015, e levou mulheres de todo o país às ruas.
A ex-deputada federal Flordelis, aliada de Cunha, apresentou em 2019 um projeto que dispõe sobre a proteção do nascituro.
Flordelis teve seu mandato cassado em 2021 e está presa há 1 ano e meio aguardando julgamento.
Ela é acusada de matar seu marido, que também é seu ex-genro e filho adotivo.
Também na bancada anti direitos, destaque para a deputada federal Chris Tonietto (RJ), integrante do Centro Dom Bosco (CDB), entidade cultural de inspiração católica.
O grupo tem como objetivo a “recristianização do Brasil”. A luta contra a legalização do aborto é uma de suas principais pautas.