Campanhas em cultos e missas, intolerância religiosa e discurso contra o aborto unem candidatos
católicos e evangélicos
na disputa eleitoral.
O ISER (Instituto de Estudos da Religião) analisou o uso de identidade religiosa nas Eleições de 2020 em 8 capitais: Rio, SP, BH, Porto Alegre, Salvador, Recife, Belém e Goiânia.
6 dessas 8 capitais não tiveram candidatos da umbanda, candomblé, budismo ou judaísmo.
Evangélicos predominaram entre os candidatos, mas, proporcionalmente,
católicos tiveram melhor resultado nas urnas.
56% dos candidatos católicos foram eleitos, apesar da identidade evangélica ter predominado. As duas cidades foram as capitais com mais católicos eleitos.
A pesquisa também mostra que católicos são os que menos usam sua identidade religiosa associada ao nome nas urnas.
60% dos católicos usam sua identidade religiosa, em comparação com 94% dos evangélicos e 72% dos que se apresentam como cristãos (sem especificar).
Se identificar como cristãos foi um caminho usado por candidatos para ampliar seu alcance, em vez de se dirigir apenas a evangélicos ou católicos.
Os candidatos cristãos têm perfil conservador e estão mais presentes em partidos alinhados à direita.
“As eleições e o voto em 2020 indicam caminhos para
2022, que terá, mais uma vez, as religiões como destaque na disputa”, alerta Cunha.