Guardiões dos portões de wakanda 

colorismo: Quem define quem é negro no Brasil?

Colorismo é um projeto colonial que hierarquiza as pessoas com base no seu tom de pele.

Afrobeges x negros retintos

O TRIBUNAL DO BLACK TWITTER E A SEGREGAÇÃO ENTRE A POPULAÇÃO NEGRA

Nas redes sociais, o debate sobre colorismo cresceu nos últimos anos e retomou a polêmica sobre quem decide quem é negro.

O objetivo é segregar pessoas negras, colocando umas contra as outras por conta das suas diferenças.

O racismo é um polvo e o colorismo é um dos seus braços

Alessandra Devulsky

Alessandra Devulsky

“Em um país altamente miscigenado, o colorismo distribui a sociedade com um gradiente de cores e mentalidade de superioridade branca” 

Para Devulsky, autora do livro “O que é Colorismo”, a mestiçagem é fruto de um projeto de violência e falar sobre colorismo ainda é difícil, porque o Brasil sequer admite que essa ferida existe.

A “cor” parda foi usada para ocultar a negritude e faz parte de um processo de embranquecimento da população brasileira. 

Pardo Existe?

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diz a intelectual Sueli Carneiro, em live da Companhia das Letras.

"Colorismo é um tiro no pé"

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“Pardo é papel”

A mostra do artista Maxwell Alexandre destaca como muitas certidões de nascimento e documentos de negros e negras do passado continham a designação “pardo”. 

De acordo com o IBGE, a população brasileira tem pretos, pardos, brancos, indígenas e amarelos.

Mas está no Censo também

E a população indígena nisso tudo?

“Nosso distanciamento da cultura indígena faz com que as pessoas miscigenadas com ascendência indígena se  identifiquem como negras de pele clara”, diz Devulsky.

O debate chegou à televisão…

A atriz Nayara Justino, Globeleza do Carnaval de 2014, recebeu ataques racistas após a vinheta ir ao ar. Foi considerada “negra demais” para o posto (!!)

A cantora Fabiana Cozza desistiu de viver Dona Ivone Lara em um musical dedicado à sambista após críticas sobre não ter a pele suficientemente escura, em 2018. 

 Ao teatro...

Este ano, a estudante Ana Beatriz Ferreira foi aprovada na USP: “Não queria ocupar um espaço que não era meu nem ser oportunista. Meu lugar era o de pessoa negra e albina”, disse ao G1.

E até ao sistema de cotas…

“Se uma pessoa que sempre foi vista como branca se sensibiliza com sua ascendência negra, e quer se identificar assim, não vai passar”, diz Devulsky. 

Mas minha bisavó era negra...

Para Devulsky, no Brasil essa leitura é sempre feita pelo outro, mas não existe uma resposta simples ou um identificador de raça.

Enfim, quem decide?

Participe da iniciativa antirracista da Gênero e Número

quer saber mais?

Racismo à Brasileira

- Reprodução do documentário "Negritudes Brasileiras", de Nátaly Nery
- Reprodução da live "Feminismos Negros", da Companhia das Letras / 
- Reprodução WikiArt de "Operários", de Tarsila do Amaral
- Fotos: Arquivo Pessoal/ Mídia Ninja / Giphy / Unsplash

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