Santinhos, panfletos e comícios ocupavam as ruas. Na TV, jingles davam o tom das eleições, viral e analógico.
É um cartão de visitas para levar o eleitor ao zap ou Telegram, onde o papo é reto.
Um perfil no TikTok também serve como santinho.
Com dancinhas e virais, a corrida eleitoral se consolida no TikTok e Kwai, outra rede social chinesa ainda pouco conhecida no Brasil.
Dos 126,5 milhões de brasileiros com acesso à internet, 98% usam as redes. Do total de conectados, 58% são usuários do TikTok e 35%, do Kwai (dados da Comscore).
Segundo o app Annie, que monitora a performance digital global, o brasileiro gasta, em média, 5h40 do seu dia em aplicativos.
Com a entrada de
influenciadores pagos para
produzir conteúdo, o debate
político se fundiu às dancinhas.
O tempo curto dos vídeos ajuda na abordagem de determinados conteúdos, tornando-os mais palatáveis.
Bolsonaro entrou no TikTok em 2021 e hoje tem 2,6 milhões de seguidores. Lula, que fez um perfil na rede apenas em 2022, tem 1,2 milhão seguidores.
No app, seguindo o poder das hashtags, os usuários polarizam o algoritmo com tags como #lefttiktok, combinadas com outras #'s.
A entrada da esquerda no
TikTok é mais recente. A
#leftiktok tem sido nutrida
por criadores de conteúdo
do YouTube e Instagram.
Um exemplo: a brincadeira
de um usuário no Twitter
viralizou com a fala
"Eu ando nas ruas", da
candidata Soraya Thronicke,
com a sequência "Eu troco um cheque".
A sequência foi associada
à primeira-dama Michelle Bolsonaro, que teria recebido cheques de Fabrício Queiroz, operador das "rachadinhas".
O fio chegou ao TikTok com associando falas de políticos à canção de Cássia Eller.