Misoginia é o discurso de ódio contra as mulheres, ícone da história do patriarcado, dos sistemas de dominação masculinos. É o machismo estrutural.
O que aconteceu com Dilma escancara o poder patriarcal que afasta mulheres do poder — do Estado à família, da Igreja à escola.
Eleita duas vezes, Dilma incomodou as elites e a mídia machistas. Isso ficou evidente quando ela insistiu em ser chamada de “presidenta”, não presidente.
A autodenominação foi um dos fatores que aceleraram o ódio – e também a inveja – despertado pela mulher que se afirmou como presidenta.
Banida do cargo de presidenta, ela foi expulsa do governo por não ser igual em nada à classe política dominante – nem em gênero, nem em desonestidade.
Desde Simone de Beauvoir, sabemos que ser mulher é ser marcada pela sexualidade. Gênero tem a ver com essa marcação.